O potencial energético da floresta portuguesa

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O aproveitamento da biomassa florestal para fins energéticos é encarado não só como um instrumento de luta contra incêndios e contra a redução de GEE, como é um factor positivo para oportunidades de negócio em diversas fileiras, para o desenvolvimento económico e criação de emprego em zonas rurais, para a redução da dependência energética e contribuição para o mix energético.
A floresta portuguesa cobre cerca de 38% do território. Esse valor demonstra claramente o potencial da Biomassa sólida em Portugal.
A limpeza das matas é um factor de prevenção contra incêndios e o produto obtido pode ter finalidades energéticas de interesse considerável. Com essa lógica, foi definido em Resolução de Conselho de Ministros (RCM nº 63/2003) a meta de 150 MW de potência instalada com origem em biomassa florestal, até 2010.
Com o objectivo de cumprir a meta, o Governo lançou, em Fevereiro de 2006, um concurso para atribuição de capacidade de injecção de potência na rede do Sistema Eléctrico de Serviço Público (SEP) para energia eléctrica produzida em centrais termoeléctricas a biomassa florestal, totalizando um valor de 100 MW.

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O recurso
Os distritos com maior área florestal são os distritos vizinhos da:
¸ Zona centro do país: Castelo Branco, Portalegre e Santarém, totalizando 28% da área florestal;
¸ Zona sul do país: Évora, Setúbal e Beja, totalizando 31% da área florestal
Na realização do fórum “Energias Renováveis em Portugal” foi efectuada uma avaliação do potencial disponível da biomassa florestal, que foi avaliado numa quantidade anual de 2 milhões de toneladas.

Avaliação do máximo potencial eléctrico possível
Para os 2 milhões de toneladas corresponde um potencial máximo da energia eléctrica de 2.1 TWh e uma potência a instalar de 264 MWe. Caso fosse possível atingir esses valores energéticos, a biomassa florestal representaria entre 8 a 9 % da electricidade renovável produzida em 2010, isto é, 3 a 4 % de toda a electricidade produzida.

Avaliação dos resíduos florestais qualitativos disponíveis em cada distrito
Certos resíduos podem ser difícil de obter ou explorar. Assim, para uma análise da quantidade disponível dum recurso florestal com maior teor qualitativo, não foram considerados: as espécies de composição misto dominado, os matos, biomassa provenientes de áreas ardidas, carvalhos, castanheiros, outras folhosas e outras resinosas - considerando um total de 87% da área florestal.
Dessa forma, pode-se avaliar o verdadeiro potencial de cada central termoeléctrica a biomassa, visto que as situações não consideradas podem ter efeito na redução do binómio eficiência / custo do funcionamento global da central, na redução da produção energética da central (baixo PCI) e/ou por acarretarem uma exploração difícil dos terrenos (maior custo).
Os valores das densidades florestais para os diferentes povoamentos, calculados a partir dos dados do IFN, foram extrapolados para todo o País. A estimativa dos resíduos florestais anuais para cada região é apresentada no quadro 2.
O resultado obtido para a potência foi de 134 MWe e para a energia eléctrica de 1,1 TWh. Esses valores calculados dão uma ideia da potência e energia que, com uma exploração mais fácil e menos custosa, se consegue obter.

Fonte: quercus
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Reciclagem do papel: como é feita e qual a sua importância?

A recolha selectiva do papel

O primeiro passo para a reciclagem deste resíduo consiste na separação correcta dos produtos de papel, de modo a evitar a contaminação por agrafos, clips, elásticos, tintas, entre outros.

A recolha do papel velho pode ser obrigatória ou voluntária. A primeira, praticada por hipermercados, editoras, gráficas e instituições estatais, produz melhores qualidades de papel, por este se apresentar pouco contaminado e ser de fácil localização. A recolha voluntária apresenta maiores problemas

Geralmente, este papel apresenta uma maior contaminação, devido à incorrecta separação do material depositado nos papelões

Triagem

Esta operação consiste na trituração, em dimensões pré-determinadas, de alguns lotes de papel, como revistas, jornais e aparas.

Como velho vira novo

O processo industrial de transformação de papel velho é semelhante ao fabrico de papel virgem, sendo o primeiro menos intensivo.

A reciclagem do papel é conseguida através do aproveitamento das fibras de celulose existentes nos papéis usados. O papel pode ser fabricado exclusivamente com fibras secundárias (papel 100% reciclado) ou ter a incorporação de pasta para papel. As fibras apenas podem ser recicladas cinco a sete vezes, pelo que a obtenção de papel reciclado por vezes implica adicionar alguma quantidade de pasta de papel virgem para substituir fibras degradadas.

As fases do processo industrial de reciclagem de papel são:

. Desagregação ou maceração: mistura do papel velho com água, de modo a enfraquecer as ligações entre as fibras;

. Depuração e lavagem: têm como objectivo eliminar os contaminantes; a depuração é feita em crivos e a lavagem através de telas de plástico, em que a dimensão da rede vai diminuindo nas sucessivas fases;

. Dispersão: pretende-se, nesta fase, a diminuição em tamanho dos contaminantes existentes. São utilizadas temperaturas de 50ºC a 125ºC para dissolver os contaminantes, que são depois dispersos;

. Destintagem: consiste na remoção das partículas de tinta aderentes à superfície das fibras;

. Branqueamento: para a maioria dos produtos reciclados, a destintagem é suficiente para obter um grau de brancura adequado; no entanto, para produtos de alta qualidade o grau de brancura das pastas é inferior ao desejado, pelo que é feito ainda um branqueamento, utilizando produtos como lixívia e água oxigenada.





Vantagens da reciclagem de papel

As maiores vantagens da reciclagem de papel são a diminuição de detritos sólidos e a economia de recursos naturais. Sendo 25% da composição física dos Resíduos Sólidos Urbanos em Portugal produtos de papel e cartão, a reciclagem permite libertar espaço nos aterros para outros materiais e produtos não recicláveis.

Também a nível energético este processo é benéfico, dado consumir menos água e energia (240 kw/h por tonelada de fibra secundária contra 1000 kw/h por tonelada de fibra virgem).

A nível de resíduos produzidos, as lamas resultantes dos efluentes podem, em alguns casos, ser utilizadas como fertilizantes para a agricultura.

Fonte: NATURLINK.SAPO.PT

Árvore da semana

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Amendoeira


A amendoeira, Prunus dulcis (antes classificada como Prunus amygdalus, ou Amygdalus communis) é uma árvore de folha caduca da família Rosaceae. A semente do seu fruto é geralmente considerada como um fruto seco: a amêndoa. Apesar do termo amêndoa se referir ao fruto da amendoeira (Prunus dulcis), usualmente ele também é referido a sua semente, ou mesmo às sementes de outras variedades de amendoeiras.

Distribuição geográfica:

Em Portugal, é frequente na região do Douro e no Algarve.

De tais sementes são extraídos óleos e essências possuidores de propriedades medicinais e muito utilizados na indústria de cosméticos.

Origem:

A amendoeira (Amygdalus communis L.) é cultivada desde a Antiguidade na Ásia e foi introduzida na Europa pelos Gregos nos séculos V e VI a. C.

Adaptação:

Adapta-se a quase todos os tipos de solos, mas apresenta um maior desenvolvimento vegetativo nos de textura franca ou ligeiramente arenosos com cálcio e profundos. Vegeta em terrenos pedregosos, onde as camadas de pedra alternem com camadas de terra para que as raízes possam penetrar, o que favorece a resistência à secura. Relativamente ao clima, esta espécie resiste às fortes geadas de Inverno, às altas temperaturas de Verão e às secas prolongadas. Prefere os locais arejados, não devendo ser plantada em vales, mas em encostas abrigadas dos ventos frios. É sensível às geadas tardias da Primavera.

Propagação:

Pode ser feita por sementes ou por enxertia, que é a mais recomendável.

Utilização:

A amendoeira é utilizada, em alguns países, em cruzamentos com outras espécies do gênero Prunus, principalmente visando à obtenção de porta-enxertos para pessegueiros, nectarineiras e ameixeiras. A amêndoa tem lugar na gastronomia portuguesa, principalmente na doçaria. Das amêndoas são também extraídos óleos e essências, possuidores de propriedades medicinais e muito utilizados na indústria de cosméticos. Apesar da comercialização de frutos secos em Portugal ser ainda uma actividade económica estável, a região do Douro tem visto o amendoal ser abandonado, uma das consequências do abandono agrícola generalizado. É assim importante apostar na valorização da amendoeira e dos seus produtos.



Na proxima semana iremos falar do pinheiro manso

Uma praga de dimensões inéditas ataca as florestas portuguesas

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A pulguinha-do-carvalho
O agente biótico responsável por este enorme dano ecológico é um
insecto chamado Altica quercetorum (em vernáculo, “pulga” ou
”pulguinha-dos-carvalhos”),
Uma vez sobre um hospedeiro, consome com
voracidade o parênquima foliar, isto é, os tecidos vivos entre as
epidermes e as nervuras das folhas. Quando encontra boas condições
biofísicas - invernos pouco húmidos, muita insolação - ocorre uma
explosão demográfica e, para alimentar as suas imensas coortes, chega
a devorar mais de 95% da folhagem das árvores, deixando-as incapazes de 
fotossintetizar e de respirar devidamente. Não raras vezes chega a
ganhar alento para atacar também outras espécies como carvalhos-
pardos, sobreiros, cerquinhos, amieiros, aveleiras e salgueiros.
Embora a pulguinha-dos-carvalhos, por si só, dificilmente consiga matar o
hospedeiro, o facto é que o debilita de um modo que o deixa vulnerável
a toda a sorte de agentes patogénicos letais.
No território português, os primeiros ataques desta praga foram registados em 1991, sem necessidade de especiais medidas de defesa fitossanitária. Porém, face à paisagem confrangedora que em Agosto de 2009 formaram os carvalhais ressequidos de Lafões e de muitos outros locais do norte e centro do país, urge reconhecer oficialmente a ocorrência desta praga e encetar, quanto antes, o controlo apropriado. Quanto mais cedo as autoridades florestais o fizerem, melhor hão-de mitigar uma mais que provável propagação a outras regiões do país, e o eventual contágio a outras importantes espécies da nossa flora arbórea.



Fonte: quercus

Árvore da semana

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Azinheira ( Quercus rotundifolia)

Estado de conservação:

A world conservation union classifica determinada população em uma das nove categorias (a abreviação que segue é, por convenção, da categoria em inglês):

§ Extinta, EX

§ Extinta na natureza, EW

§ Em perigo crítico, CR

§ Em perigo, EN

§ Vulnerável, VU

§ Quase ameaçada, NT

§ Segura ou pouco preocupante, LC

§ Dados insuficientes, DD

§ Não avaliada, NE

Esta árvore encontra-se classificada como NT, ou seja quase ameaçada.

As azinheiras são árvores que chegam a medir até 10 metros, da familia das fagáceas, de folhas discolores, ligeiramente espinhosas nos espécimes adultos, flores masculinas em amentos, as femininas em panículas, e frutos ovóides, revestidos, em parte, porescamas.

Distribuição Geográfica Global:

Estas árvores são nativas da região Mediterrânea da Europa e Norte da África.

Existe em todo o nosso país, espontaneamente, semeada ou plantada, adquirindo uma maior importância no interior alentejano. Aí forma povoamentos denominados montados de azinho, onde as azinheiras existem quase sempre em consociação com uma cultura agrícola ou pastagem. Encontram-se também em povoamentos mistos com sobreiro.

Propagação:

Propaga-se por semente. As sementes perdem rapidamente a capacidade de germinar.

Utilizações:

A sua principal utilização é a produção de fruto que serve de alimento para a produção de porcos de montanheira. Antigamente as bolotas eram também usadas para alimentação humana, já que esta subespécie, ao contrário da subespécie ilex, produz as bolotas mais doces. As folhas servem também como complemento de alimentação para o gado nas épocas do ano em que o pasto escasseia. A madeira é muito dura e compacta, resistente ao polimento, não sendo muito utilizada. É, no entanto, um óptimo combustível para lareiras.