Portugal exibe um património florestal único, de grande beleza e valor económico, onde o sobreiro, identificado pela WWF como espécie prioritária, se destaca como uma das espécies emblemáticas de Portugal, ocupando 736.700 hectares do território nacional.
Valor ambiental
O sobreiro destaque-se como um dos maiores tesouros naturais de Portugal pela excelência dos serviços ambientais que presta, incluindo a conservação dos solo, a regulação do ciclo da água, a diminuição das emissões de carbono e a conservação da biodiversidade. A exploração da cortiça é um processo ambientalmente sustentável, uma vez que nenhuma árvore é cortada e somente de 9 em 9 anos é realizado o descortiçamento. Em Portugal as florestas em que o sobreiro é dominante são de dois tipos: o montado, um sistema aberto associado a zonas planas e a pastagens naturais, e o sobreiral, bosque mais denso e de serra.
Montado
O montado é o sistema mais característico e dependente da intervenção humana. Pode ser exclusivamente de sobreiro, mas também combinar com pinheiro manso (litoral), ou azinheira (interior). A biodiversidade está, frequentemente, associada à variedade de pastagens, que é extremamente elevada: num mero metro quadrado de terreno é corrente divisarem-se dezenas de espécies de plantas, paralelamente favorece a fixação de uma grande variedade de aves, como a Abetarda, a Águia Imperial, a Águia de Bonelli e o Abutre Negro.
Sobreiral
O sobreiral, por outro lado, é um sistema de bosque, onde cresce uma grande variedade de arbustos mediterrânicos: medronheiro, aroeiras, giestas, retamas, esteva, urze e várias ripícolas. Em termos de rapinas destacam-se o Açor, Gavião, Bufo Real e os Pica-paus. O sobreiral é ainda habitado por Gineto, Gato Bravo e Lince Ibérico, espécies ameaçadas, para além das usuais espécies cinegéticas – Coelho, Lebre e Perdiz, interessantes do ponto de vista da cadeia alimentar.
Valor económico
Anualmente, extraem-se 137 mil toneladas de cortiça ao ano, o que corresponde a cerca de 54% da produção mundial do sector. A maior parte da cortiça transformada em Portugal – 68% na produção de rolhas – é exportada (90%), representando 2,7% das exportações anuais do país. O sector da cortiça engloba 900 empresas transformadoras.
No entanto o valor económico do sobreiro não está exclusivamente associado à cortiça, existindo outros rendimentos gerados pelas florestas de sobreiro (pecuária, caça, mel e cogumelos).
Valor social
Da economia do sobreiro depende uma parte significativa da população Portuguesa: 12 a 14 mil postos de trabalhos fabris directos, 6500 postos de trabalho na extracção florestal e milhares de postos de trabalho indirectos (restauração, turismo, etc).
Fonte : WWF